17 maio 2011

Almeida Garret

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Um escritor, que nasceu em (1799 á 1854) deixou Portugal, já era relativamente conhecido por lá.
Participara ativamente dos acontecimentos políticos de 1820, ocasião em que vários de seus escritores alusivos à revolução ganharam prestígio. Esteve na França, na Inglaterra e na Alemanha – países nos quais o Romantismo surgira -, onde absorveu as influências que o levaram a lançar-se na nova estética.
As obras de Garret apresentam, porém, traços da tradição clássica, como formalismo, vocabulário culto, racionalismo, contenção das emoções. Sua obra Camões (1825), apesar de considerada a primeira produção do Romantismo português, é fortemente marcada por essas influências. A inovação pela qual ela é responsável consiste muito na abordagem do tema – a vida de Camões, suas aventurar e seu sofrimento – do que na renovação da linguagem.
Preocupado com os rumos políticos, sociais e culturais de seu país, Garrett ocupou cargos públicos, assumiu o compromisso de reconstruir o teatro português e lusitano. A obra Romanceiro, por exemplo, é uma reunião de poemas narrativos literário. Com essa, várias outras obras, em verso e em prosa, dedicam-se a retratar o Portugal contemporâneo ou o Portugal histórico, bem ao gosto do vigente nacionalismo romântico.
Partindo de poemas político-ideológicos comprometidos com o liberalismo e de obras ainda marcadas pela tradição clássica, como Camões e D. Branca (1826), o poeta só atingiu a maturidade romântica no gênero lírico quando contava com aproximadamente 50 anos.
Depois de dois casamentos, Almeida Garrett, vivendo uma nova profunda paixão, retomou a poesia lírica e criou então suas melhores obras poéticas: Flores sem fruto (1845) e Folhas caídas (1853). Nelas Garrett apresenta uma poesia confessional, marcada por sentimentos nitidamente românticos: desejo, sofrimento, saudade. A linguagem torna-se mais simples e popular, os versos mais melodiosos, os sentimentos mais espontâneos.
Nos poemas:
Este inferno de amar – o amor é sinônimo de sofrimento, mas também é a razão maior da própria vida. Esta, sem o amor, equivale apenas a um sonho distante e insípido.
Barca bela – faz o uso de uma linguagem simples e explorando as métricas curtas e a musicalidade, criada sobre tudo pelo ritmo e pela aliteração dos fonemas /p/ e /b/, o poeta aproxima-se das tradições populares da poesia portuguesa.

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